As Brandas da Nossa Serra
As brandas da Serra da Peneda são uma expressão autêntica da cultura pastoril de Portugal. Localizadas em áreas montanhosas da Serra da Peneda, estas aldeias tradicionais eram habitadas apenas durante o verão, quando os pastores levavam o gado para as pastagens mais altas, onde a vegetação era abundante. No inverno, as pessoas regressavam às “inverneiras”, aldeias situadas a altitudes mais baixas e protegidas do frio.

História e Saberes
As brandas são aldeias sazonais típicas de várias aldeias montanhosas do Alto Minho, e integram um sistema de transumância – movimento cíclico entre diferentes locais ao longo do ano para acompanhar as estações. Historicamente, as brandas eram ocupadas por famílias locais, que se deslocavam com os animais e algumas posses. Um ciclo de gestão eficiente dos recursos naturais, protegendo as áreas de pasto mais baixas e aproveitando a abundância de erva nas zonas montanhosas.
Arquitetura Tradicional
As brandas são compostas por pequenas casas rústicas, construídas principalmente em pedra, com telhados de colmo ou de lajes de granito, mantendo o calor durante as noites frias da montanha. Muitas destas casas foram abandonadas ao longo do século XX, mas várias estão a ser restauradas para turismo rural, oferecendo aos visitantes a oportunidade de viver uma experiência autêntica e imersiva.
Cultura e Tradição
As brandas não são apenas um símbolo de adaptação ao ambiente natural, mas também de uma vida comunitária forte e enraizada em tradições ancestrais. A prática da transumância moldou o modo de vida destas comunidades, criando laços profundos com a terra e com os animais, especialmente o gado. As famílias dedicavam-se ao pastoreio, à produção de carne de vaca de elevada qualidade e à colheita de produtos agrícolas, seguindo os ciclos da natureza.